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Construção em Terrenos Rústicos: O Impacto da Nova Lei dos Solos

A nova Lei dos Solos, aprovada em Portugal em 2021 (Lei n.º 95/2021), trouxe alterações significativas à gestão e ao uso dos solos no território nacional, o que impacta diretamente a possibilidade de construção em terrenos rústicos. A principal intenção desta legislação é promover um ordenamento do território mais sustentável, protegendo os solos agrícolas e as áreas naturais, ao mesmo tempo que visa combater a especulação imobiliária e o abandono de terras rurais.

Construção em Terrenos Rústicos: É Possível?

Embora a lei não proíba categoricamente a construção em terrenos rústicos, define regras mais restritivas e específicas. Estes terrenos são, na sua essência, destinados à atividade agrícola, florestal ou à preservação do ambiente natural. No entanto, em alguns casos, é permitido construir desde que se cumpram determinados critérios.

Os principais fatores que determinam a possibilidade de construção em terrenos rústicos incluem:

  1. Classificação no PDM (Plano Diretor Municipal)
    Cada município estabelece, no seu PDM, as categorias de solo e os respetivos usos permitidos. No caso de terrenos rústicos, poderão ser autorizadas construções relacionadas com:

    • Apoio a atividades agrícolas, florestais ou pecuárias (ex.: armazéns ou estufas).
    • Turismo em espaço rural (ex.: turismo de habitação, agro-turismo).
    • Infraestruturas essenciais, como estradas, redes de água, saneamento ou energia.
  2. Preservação dos Solos de Classe 1
    Nos solos agrícolas de maior qualidade (Classe 1), a construção é quase sempre proibida, exceto para infraestruturas diretamente ligadas à exploração agrícola.
  3. Exceções para Habitação Própria
    Em casos muito específicos, pode ser concedida autorização para construção de uma habitação própria em terrenos rústicos, mas as regras variam entre municípios e requerem a aprovação das entidades competentes, como as câmaras municipais.

Regras Mais Rigorosas para Preservar o Ambiente

A nova lei também sublinha a importância de limitar a fragmentação dos solos agrícolas e preservar ecossistemas. Isso significa que:

  • As autorizações para construção terão de ser avaliadas com base no impacto ambiental.
  • É necessário assegurar a compatibilidade do projeto com os objetivos de conservação da biodiversidade e gestão sustentável do território.

O Que Muda para Proprietários?

A nova Lei dos Solos introduziu um maior nível de escrutínio para quem pretende construir em terrenos rústicos. Antes de avançar, é essencial:

  • Verificar a classificação do terreno no PDM do município.
  • Consultar técnicos especializados ou gabinetes de ordenamento do território.
  • Solicitar pareceres a entidades como o ICNF (Instituto da Conservação da Natureza e das Florestas) ou Direção-Geral de Agricultura.

A construção em terrenos rústicos em Portugal continua possível, mas está sujeita a normas mais rigorosas e à análise caso a caso. Esta regulamentação procura equilibrar a necessidade de desenvolvimento com a proteção do ambiente e do património rural. Para projetos concretos, é recomendável consultar previamente o PDM do município e os serviços técnicos para garantir a viabilidade do processo.

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