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Será que as Imobiliárias São Responsáveis pela Crise da Habitação?

Será que as Imobiliárias São Responsáveis pela Crise da Habitação em Portugal?

A crise da habitação é uma realidade cada vez mais preocupante em Portugal, afetando milhares de famílias. Mas será que as imobiliárias são as culpadas pelos preços inflacionados? Este tema divide opiniões, e para compreendermos melhor o papel das imobiliárias, é necessário avaliar fatores como comissões, práticas de mercado e a falta de transparência nos valores de transação.

Comissões Elevadas e o Foco no Mercado de Luxo

No setor imobiliário português, a maioria das agências trabalha com comissões baseadas numa percentagem do valor de venda. Estas comissões oscilam geralmente entre 5% e 10%, variando consoante a localização e a pressão do mercado. Um imóvel médio no Porto ou em Lisboa pode gerar comissões de 15.000€ a 21.000€, com base nos preços atuais por metro quadrado. Este modelo de remuneração cria incentivos claros para priorizar imóveis mais caros, muitas vezes direcionados para o segmento de luxo, ao invés de habitação acessível para a classe média.

Adicionalmente, os vendedores enfrentam dificuldades em estimar o valor real das suas casas, pois não existe uma base de dados pública em Portugal que forneça os preços reais de venda (preços de escritura) em vez dos valores anunciados. Com isto, os consultores podem influenciar os preços, promovendo anúncios inflacionados que, mesmo com negociações, moldam a perceção de valor do mercado.

O Trabalho Por Trás das Comissões

Apesar de as comissões serem frequentemente associadas a ganhos elevados, a realidade dos consultores imobiliários nem sempre é glamorosa. Muitos trabalham apenas por comissão, sem salário base ou garantias laborais. Além disso, em redes de franchising, os consultores suportam os custos do seu trabalho, como telefone, marketing, fotografia, e até mesmo deslocações. Este modelo contribui para a precariedade laboral e faz com que boa parte das comissões sirva para manter a estrutura das agências.

Por outro lado, o valor gerado por uma imobiliária confiável vai além das vendas: é essencial para lidar com questões burocráticas, preparar contratos, marcar escrituras e mediar negociações sensíveis entre compradores e vendedores.

A Falta de Transparência nos Preços das Casas

Um problema estrutural que agrava a situação em Portugal é a ausência de uma base de dados pública que registe os preços reais de venda dos imóveis. Em outros países, estas bases permitem maior transparência e oferecem ferramentas para vendedores e compradores avaliarem os preços com realismo. Em Portugal, dependemos dos preços de anúncios em sites e portais de imobiliário, que frequentemente apresentam valores inflacionados.

Alguns softwares de avaliação utilizados pelas agências baseiam-se nesses mesmos valores de anúncios. Este ciclo resulta em avaliações pouco fiáveis, especulação e pressão para aumentar os preços médios do mercado.

Alternativas ao Modelo Tradicional

Nos últimos anos, começaram a surgir alternativas ao modelo tradicional das imobiliárias. Agências comissionadas pelo valor total da venda enfrentam concorrência de modelos disruptivos, como imobiliárias digitais que praticam comissões fixas ou plataformas que eliminam intermediários, permitindo a venda direta. Estas soluções oferecem mais controlo aos vendedores, economizando custos e promovendo maior transparência nas negociações.

Apesar disso, os portugueses continuam a preferir recorrer a imobiliárias: cerca de 86% das transações de compra ou arrendamento envolvem mediação imobiliária, segundo estudos recentes. A confiança transmitida pela licença AMI e o apoio em processos burocráticos ainda pesam nas decisões de muitos vendedores e compradores.

A Imobiliária como Parceiro ou Obstáculo?

As imobiliárias, de uma forma ou de outra, continuam a desempenhar um papel fundamental no mercado habitacional. Porém, o desafio passa por equilibrar as práticas do setor com a necessidade de combater a especulação e garantir habitação acessível para todos. Soluções como maior transparência nos preços e uma fiscalização mais eficaz das práticas imobiliárias podem ajudar a mitigar os impactos deste modelo.

Em última análise, a crise habitacional não pode ser atribuída exclusivamente às imobiliárias. Outros fatores, como a oferta insuficiente, o aumento da procura por parte de estrangeiros e a falta de políticas públicas robustas, também contribuem para a escalada dos preços das casas.

Para enfrentar a crise da habitação, as casas de madeira surgem como uma alternativa económica, sustentável e rápida de construir. A MF Casas de Madeira oferece soluções adaptadas às necessidades de famílias que procuram conforto e qualidade a preços mais acessíveis do que as construções convencionais. Este tipo de habitação destaca-se pela eficiência energética, menor impacto ambiental e flexibilidade no design. Num mercado imobiliário pressionado pelos altos preços, investir numa casa de madeira representa uma oportunidade de habitar com dignidade e a custo reduzido, sem comprometer o bem-estar.